Namastê
- Clarissa Ganzer

- 14 de jun. de 2021
- 2 min de leitura
Atualizado: 17 de dez. de 2022
2021.7.28 Morte: deparar-se com a finitude da vida diante de um espelho. E no reflexo, um quadro cubista macabro. Pedaços teus, de outrem, cortes, faltas. Muita falta. A morte de alguém querido (e presente) te dilacera em um milhão de pedaços. Que rogo recolher e colar. QUE tempos sombrios ---- 2021.6.14 Quando se perde alguém querido dói demaais. E dói também porque a gente perde um pouco da gente que se fez com a pessoa. Perde um pouco a identidade. Desamada! Como é o amor? Aqui tem um deserto infértil agora. Árido. Frio. Cortante. Parece que nunca mais vai ser como antes. E não será mesmo. ---- 2021.6.12
Perdas (sobretudo a implacável Dama do Escuro - a adolescente* perversa e detestável morte) são buracos que nos engolem e nos despedaçam em cacos. É uma queda livre sem proteção. É ser jogada no abismo sem sequer poder tentar voar.
É tentar correr e correr e correr e não conseguir se mexer. É sentir o corpo se partindo em pedaços. É escutar a própria voz na boca de outra pessoa. É sentir e ver e não sentir e não ver. É sempre o não. É negar. E chorar. E ter raiva. Incompreender. E lembrar. E recontar.
É ver um filme ao contrário, buscando incessantemente a parte do plot twist que vai revelar que a pessoa não morreu, que foi um mal entendido, mas essa cena não aparece. Foi cortada. Teu adeus foi cortado. Tua partida súbita foi cortante. Me cortou. Me corta.
É tudo meio opaco e cinza. E eu, humana, vulnerável (e portanto corajosa que sou), sinto muito e sinto muito: revolta, dor, tristeza, angústia, incompreensão… Perdi um pouco a fé, perdi um pouco Deus.
Aí, recebi notícia de esperança e vida e depois vi a vida no sorriso de uma criança (libra, como nós, prof.) a vida ali, vivendo e sendo: acontecendo.
E confio em tudo que tu me ensinou. E senti que devo seguir acreditando. E tendo fé. Te senti, prof.
Vi uma luz no meu túnel. Vi uma réstia de sol no meu poço. E eu subo. Não estou sozinha.
Estamos juntos. Não vou sozinha. Vamos. Andiamo!! Tu e teus ensinamentos viverão dentro de mim. E transbordaram! E transbordarão!!
A manhã
Amanhã é
é agora
Haverá! (@VerticesCasa)
Valerá
Para mim, sempre valerá!
QUE sejamos!! 😘💜
Obrigada, prof. Obrigada, minha "Manu", minha guia!
E repito, prof.: 😍🙏 foi demaais! Bah! QUE sorte a nossa por estarmos juntos! 🤩😘
* (A morte nunca seria uma senhora. Mas sim uma adolescente. Orgulhosa e prepotente, como todos somos nas primeiras décadas: impetuosa, leviana, arrogante, inconsequente. Ou seja, insuportável!)
Vá em paz, prof. Janne. Eu seguirei em frente, na minha "bolha de luz azul de proteção". E toda vez que fizer as asanas invertidas, te agradecerei de novo e lembrarei de ti! Namastê!! 🙏











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